Teorias e Práticas de Aprendizagem Ativa - EDU682 - 3.1

Aprendizagem Colaborativa

Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2023 do livro Aprendizagem Ativa via Tecnologias, publicado em 2019 por Antonio Siemsen Munhoz, pela editora InterSaberes.

Aprendizagem Colaborativa

Objetivos de Aprendizagem

Introdução 

A Aprendizagem Colaborativa tem como base os trabalhos em equipe, e sabemos que esse tipo de modalidade de atividade não é nova. Além disso, também sabemos que as redes estão mais do que presentes no nosso dia a dia, e claro que no ambiente de aprendizagem não seria diferente. Vale ressaltar que a evolução tecnológica prevê um aumento ainda maior nos próximos anos.

Sendo assim, no ambiente educacional há uma tendência a não mais diferenciar as formas como os cursos são oferecidos, e o b-learning, com certeza, será efetivado como a modalidade padrão de ensino, isso porque a cada dia que passa mais metodologias inovadoras e que fazem uso de tecnologias (mais ou menos avançadas) estão sendo incorporadas nos currículos. (Munhoz, 2019)

Esse novo contexto potencializa a cooperação e a colaboração, como forma de melhorar ainda mais as práticas educacionais, e esse será o foco de nossa aula a partir de agora.

A origem das práticas colaborativas

Conforme já comentado, aplicar atividades colaborativas no contexto educacional não é algo novo. A prática da colaboração já era conhecida na Grécia antiga, e foi sendo usada ao longo do tempo, até os dias atuais.

Torres e Irala (2014, como citados em Garcia, 2020) listam vários momentos nos quais as metodologias colaborativas foram sendo usadas ao longo do tempo.

Colaboração versus Cooperação

A cooperação pode ser entendida como uma ação intencional que tem a finalidade de oferecer ajuda personalizada a alguém, de forma individual ou em grupos, sem que ocorra o compartilhamento de responsabilidade e a obrigatoriedade.

Ela é consensual, pois todos os envolvidos concordam com o diálogo e o objetivo é a transferência de conhecimentos e ideias. Não tem interesses financeiros e nem pessoais, visando o aumento da satisfação pessoal, do amor próprio e de outros sentimentos.

Um exemplo é a criação de Recursos Educacionais Abertos (REA), que é a oferta de conteúdos em grandes repositórios, por meio da computação em nuvem.

Podemos ressaltar que a admiração por atitudes cooperativas surge porque nos dias atuais as pessoas não se preocupam muito umas com as outras, visto que vivemos, geralmente, em sociedades individualistas, portanto, o desenvolvimento de atividades e atitudes cooperativas permite a superação dos interesses individuais, privilegiando belas atitudes sociais e emocionais nos ambientes de ensino e aprendizagem. (Munhoz, 2019)

Na educação, a cooperação procura identificar nos grupos o que cada componente pode fazer de melhor, e quais habilidades podem ser usadas para realizar determinada função. Por exemplo, ao se propor desenvolver uma reportagem em campo, dentre as experiência e talentos de cada integrante, quem seria melhor para editar o texto, quem poderia fazer as fotos, etc. e assim o trabalho seria executado conforme as diferentes habilidades dos integrantes.

Já a colaboração é mais abrangente. Apesar do ritmo de cada membro, da forma de expressão, das habilidades, das experiências e gostos, por exemplo, a colaboração procura construir o projeto, determinando como alcançar o objetivo comum.

Fazendo uma analogia com um time de futebol, pode-se dizer que cada jogador tem sua função, como goleiro, centroavante, atacante, defensor, porém, quando alguém marca um gol, todos vibram, porque o gol é a representação do trabalho colaborativo e participativo, fruto de uma equipe coesa, em que cada um, de forma cooperativa, desempenha o seu papel com responsabilidade. (Garcia, 2020)

Figura 1 - Analogia com uma engrenagem para atingir um objetivo comum

Fonte: Garcia, 2020, p. 21

A colaboração se refere ao ambiente, isso significa que nele as pessoas se reúnem para desenvolver tarefas de interesse comum, como as redes sociais, e podem verificar se o trabalho desenvolvido irá conduzir ao resultado que era esperado e as relações colaborativas ocorrem na base da igualdade.

Podemos dizer que a aprendizagem colaborativa é mais do que uma técnica aplicada a uma atividade em que se reúnem várias pessoas em torno de um objetivo, ela é uma forma de mobilizar pessoas em torno de interações, discussões, construção de novos conhecimentos e usos de diferentes habilidades em contextos coletivos.

saiba mais

Para saber mais sobre as  ‘Escolas de Trabalho’ (Arbeit Schulen) da Alemanha, e sobre o Movimento di Cooperazione Educativa na Itália leia os seguintes textos:

  • Gomes, L; G. (2010). O conceito de escola de trabalho segundo Georg Kerschensteiner. https://bit.ly/155638 Acesso em 20 de janeiro de 2025.
  • Movimento di Cooperazione Educativa. Nossa História. http://bit.ly/890fg56 Acesso em 20 de janeiro de 2025.

A Aprendizagem Colaborativa 

A Aprendizagem Colaborativa é identificada pelas ações que são realizadas pelos estudantes quando percebem que a aprendizagem junto com o outro é mais enriquecedora e soma conhecimentos, em vez de dividir.

As atividades colaborativas vencem as barreiras do preconceito e favorecem o respeito à opinião e às soluções em conjunto. Para tanto, desenvolve-se o espírito crítico, a atenção, a troca, o debate, etc. à medida que o professor estimula essas ações colaborativas em suas atividades.

Considerando as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) inseridas no processo de ensino e aprendizagem, os chats e fóruns abertos para determinados grupos de estudantes, assim como as videoconferências já são uma realidade no dia a dia estudantil, assim como as áreas de wiki, que são aqueles espaços abertos para que um grupo de alunos construa junto um texto, por exemplo.

No entanto, para que a aprendizagem colaborativa funcione verdadeiramente, o professor precisa seguir várias recomendações:

Vale ressaltar que várias dessas recomendações também valem para a Aprendizagem em Grupos, visto que a Aprendizagem Colaborativa é, normalmente, realizada em grupos.

Quanto à avaliação, é no momento da entrega do resultado da atividade, em uma apresentação, que ela é realizada, sendo a etapa final de uma aula, de uma lição ou até mesmo da disciplina. (Munhoz, 2019)

Princípios da Aprendizagem Colaborativa

Além das recomendações aos professores na hora de propor atividades colaborativas, seguem alguns princípios que precisam ser observados.

Dessa forma, o processo de ensino e aprendizagem não deve ser preso ao docente, mas aberto, aceitando as diversas formas de pensar sobre determinada questão, uma pesquisa, um argumento, sobre a formatação de uma mensagem, sobre uma linguagem, etc.. (Garcia, 2020)

Exemplos de Práticas Colaborativas

Para que as práticas colaborativas tenham consistência, é preciso que exista uma inter relação entre o Plano do Sistema de Educação, que contempla as diretrizes que devem ser seguidas de todas as esferas governamentais, o Plano da Instituição, que traz o DNA da escola e o Plano de Aula que contempla o que o professor pretende abordar sobre aquele conhecimento que precisa ser transmitido. Portanto, devem ser coerentes com o contexto educacional.

Vejamos algumas metodologias ativas que podem ser colaborativas:

Na sala de aula colaborativa, o professor não dá nenhum treinamento sobre técnicas de trabalho em grupo, as atitudes são naturais, visto que entende-se que os estudantes já possuem as habilidades sociais necessárias para trabalhar com pares. (Garcia, 2020)

Em resumo

Vimos, ao longo desta aula, que a aplicação das atividades colaborativas no contexto educacional já era realizada na Grécia antiga e foi sendo usada e melhorada ao longo do tempo, até os dias atuais. Ela se caracteriza pelas ações que os estudantes praticam quando percebem que a aprendizagem com o outro é mais enriquecedora e soma conhecimentos. Também aprendemos que as atividades colaborativas vencem as barreiras do preconceito e favorecem o respeito à opinião e às soluções em conjunto. Para tanto, desenvolve-se o espírito crítico, a atenção, a troca, o debate, etc. à medida que o professor estimula essas ações colaborativas em suas atividades. Nela, o conhecimento vai sendo construído à medida em que ocorrem as interações entre os estudantes, o professor e o conteúdo a ser estudado. Espero que tenha aproveitado este conteúdo. Continue estudando.

na ponta da língua

Referências
Bibliográficas

Garcia, Marilene Santana dos Santos. (2020). Aprendizagem Significativa e Colaborativa. [livro eletrônico]. Curitiba: Contentus.

Munhoz, Antonio Siemsen. (2019). Aprendizagem Ativa via Tecnologias. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes.

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Aprendizagem Colaborativa

Imagens: Shutterstock

Livro de Referência:

Aprendizagem ativa via tecnologias

Antonio Siemsen Munhoz

InterSaberes, 2019

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